Nariz entupido?

1- Rinite alérgica

É a inflamação da mucosa que reveste o nariz, após exposição a substâncias que causam alergias (poeira, mofo, ácaro, pólen) com os seguintes sintomas:

• obstrução nasal,
• rinorreia aquosa,
• espirros,
• coceira no nariz, olhos e até na garganta.

As rinites alérgicas são classificadas de acordo com a frequência de sintomas (intermitente e persistente) ou o seu impacto na qualidade de vida do paciente (leve ou moderada a grave).

FIGURA 1: Classificação da Rinite Alérgica segundo ARIA – Allergic Rhinitis and Its Impact on Astbma (2001, 2008)

Quais são as consequências da rinite alérgica?

• Comprometiento ocular;
• Piora do quadro de asma e rinossinusite;
• Comprometimento da produtividade no trabalho e escola.

Qual é o tratamento da rinite alérgica?

• Controle ambiental:
  • Evite exposição às substâncias que desencadeiam alergias;
  • Limpe o filtro de ar condicionado e pás de ventiladores;
  • Remova os tapetes da casa e objetos que acumulem poeira;
  • Troque a roupa de cama toda semana;
  • Pode usar capas antialérgicas em colchões e travesseiros…
• Evite a automedicação, procure um médico especialista;
• Imunomodulação, conhecida como tratamento de vacinas.

Referências:

• Classificação da Rinite Alérgica segundo ARIA – Allergic Rhinitis and Its Impact on Asthma(2001, 2008).
• Bousquet J, Pfaar O, Agache I, et al. ARIA-EAACI care pathways for allergen immunotherapy in respiratory allergy. Clin Transl Allergy. 2021;11(4):e12014. Published 2021 Jun 9. doi:10.1002/clt2.12014

2 – Sinusite

A sinusite é uma inflamação do nariz e dos seios paranasais caracterizada por obstrução ou secreção nasal acompanhada de mais um destes sintomas:

• dor de cabeça/pressão facial, nas crianças e adultos;
• redução ou perda do olfato, nos adultos;
• tosse, nas crianças.

O médico deve confirmar o diagnóstico sinusite a partir de alterações do exame físico ou endoscopia nasal como secreção purulenta, alterações de mucosa, como edema e até pólipos nasais. Quando as sinusites acontecem 4 vezes ou mais em um ano, não tem melhora completa ou seus sintomas duram mais de 3 meses, é necessário investigar com exames complementares, como tomografia.

Como medir a gravidade de Rinossinusite?

• Na escala visual analógica para a gravidade da doença de zero a dez:
  • zero = quando os sintomas não causam problemas
  • dez = quando há o pior comprometimento possível
• Quando a pontuação ultrapassa o valor de 5, a qualidade de vida está comprometida e recomenda-se uma consulta com o otorrinolaringologista

Referência: European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps (EPOS), 2020.

FIGURA 1: Escala visual analógica – severidade de doença.

Complicações da sinusite

• Ocular com edema das pálpebras e visão dupla.
• Meningite e abscesso cerebral.
• Alterações ósseas no rosto.

Tratamento da sinusite

• Depende da gravidade e tempo de duração do quadro;
• Evite a automedicação: o médico deve avaliar e prescrever medicamentos;
• Cirurgias e imunobiológicos (dupilumabe) são opções em casos específicos.

Dor de Ouvido?

1- Otite externa aguda

Inflamação ou infecção (por bactérias ou fungos) do conduto auditivo externo (região externa à membrana timpânica). É frequente após entrar em contato com umidade excessiva (praia, piscina), descamação de pele ou atrito no local.

Sintomas característicos:

• Prurido
• Otalgia
• Plenitude
• Otorréia

2- Otite média aguda

O que é o ouvido médio?

É uma cavidade que fica entre a membrana timpânica (MT) e o ouvido interno. Esta cavidade contém ossículos (martelo, bigorna e estribo) fundamentais para a audição e se comunica com o nariz através da tuba auditiva. A tuba auditiva drena secreções e ventila o ouvido médio.

O que é a otite média?

A otite média frequentemente ocorre quando bactérias se proliferam no ouvido médio, produzindo secreção que preenche o ouvido médio e abaula a membrana timpânica. Estas infecções são frequentes em crianças, pois sua tuba auditiva é mais estreita e horizontal, comprometendo a cominicação do ouvido médio com o nariz e acumulando de secreções no ouvido médio.

FIGURA 2: A-Membrana timpânica normal; B-Membrana timpânica com leve abaulamento; C-Membrana timpânica com moderado abaulamento; D- Membrana timpânica com grave abaulamento.

Sintomas característicos:

• Febre, obstrução nasal, otalgia, plenitude aural;
• Comum em crianças entre 6 meses a 6 anos;
• Geralmente após infecção respiratória;
• Fatores predisponentes: creche, tabagismo;

O que pode ocorrer se a otite média não for tratada adequadamente?

• Otite média supurativa;
• Mastoidites;
• Abscessos;
• Meningite;
• Além de prejudicar a audição e fala de uma pessoa em desenvolvimento.

O que pode ocorrer se a otite média não for tratada adequadamente?

• Otite média supurativa com ruptura da membrana timpânica;
• Mastoidites e abscessos;
• Meningite;
• Comprometimento da audição e fala de uma criança em desenvolvimento.

QUREISHI A., LEE Y., BELFIELD K., ET AL. Update on otitis media. Infection and Drug Resistance 2014.

3- Cerume impactado

O que é cerume?

O cerume é produzido por glândulas e epitélio. Ele lubrifica e protege o conduto auditivo externo. A migração de cerume de dentro para fora promove uma autolimpeza do canal.

Quais são os fatores de risco para o cerume impactado?

• Alterações anatômicas do canal auditivo externo podem impedir a saída do cerume;
• Uso de cotonetes;
• Fones de ouvido ou equipamento de proteção auditiva individual intracanal.

Quando é necessário remover o cerume?

Quando o acúmulo de cerume, ocasiona perda temporária da audição, zumbido, saída de secreção ou dor em ouvido.

Por que o otorrinolaringologista deve remover o cerume?

Quando pacientes tentam remover cerume, não conseguem visualizar adequadamente, podendo danificar a membrana timpânica.

Rouquidão?

1- Nódulos de cordas vocais

O que são nódulos de cordas vocais?

Nódulos de cordas vocais são calosidades simétricas nas duas cordas vocais.

2- Pólipos de cordas vocais

O que são pólipos de cordas vocais?

Pólipos são projeções da mucosa com um pedículo, podendo ter diferentes tamanhos geralmente ocorrem em uma corda vocal, gerando lesão por atrito na corda vocal contralateral.

3- Cistos de cordas vocais

O que são cistos de cordas vocais?

Um cisto de corda vocal é visualizado como uma massa firme, mas na verdade é um líquido inflamatório contido por uma fina membrana na corda vocal superficialmente ou de forma mais profunda.

Quais são as causas de lesões benignas de cordas vocais?

Estas lesões são causadas principalmente pelo uso abusivo ou inadequado da voz, como falar excessivamente ou gritar. Refluxo gastroesofágico, alergias, tabagismo podem agravar lesões vocais e dificultar sua recuperação.

Quais são as causas de lesões benignas de cordas vocais?

Lesões são causadas principalmente pelo fonotrauma, isto é, uso abusivo ou inadequado da voz, como falar excessivamente ou gritar. Refluxo gastroesofágico, alergias, tabagismo podem agravar lesões vocais e dificultar sua recuperação.

Quais são os sintomas das lesões benignas das cordas vocais?

• Mudança na qualidade da voz, geralmente com rouquidão;
• Fadiga vocal;
• Pigarro.

Como fazer o diagnóstico de lesões de cordas vocais?

• Anamnese;
• Avaliação da fonação;
• Videolaringoscopia.

Como é o tratamento para lesões benignas de cordas vocais?

Os tratamentos (fonoterapia, repouso vocal, microcirurgia de laringe) devem ser individualizados de acordo com a patologia e gravidade de cada paciente. Dessa forma, se estiver com rouquidão ou for um profissional da voz, faça uma consulta com um otorrinolaringologista.

Referência: Tratado de Otorrinolaringologia, 2017

Problemas com Sono?

Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono

O que é a apneia obstrutiva do sono?

A síndrome da apneia obstrutiva do sono é caracterizada por episódios de obstrução da via aérea superior com redução do fluxo aéreo ou despertares durante o sono.

Quais são os sintomas da síndrome da apneia obstrutiva do sono?

• Roncos;
• Pausas respiratórias observadas;
• Sonolência excessiva diurna;
• Fadiga;
• Dor de cabeça pela manhã;
• Comprometimento da memória ou da cognição

Como o diagnóstico da síndrome da apneia obstrutiva do sono é feito?

• O diagnóstico feito através da polissonografia, realizada durante o sono na clínica ou em casa com monitorização de ondas cerebrais, movimentos respiratórios, níveis de oxigênio, frequência cardíaca, roncos e movimentos de pernas e queixo.
• Endoscopia nasal, tomografia computadorizada e sonoendoscopia ajudam em decisões cirúrgicas nos pacientes com apneia do sono.

Quais são as consequências da apneia do sono?

• Roncos podem estressar seu companheiro de quarto, mas este não é o maior problema!
• As obstruções da via aérea durante o sono resultam em redução da entrada de oxigênio e saída de gás carbônico,fragmentando o sono com despertares, aumentos da pressão arterial e taquicardia.
• Os apneicos não tratados tem risco aumentado de desenvolver diabetes, pressão alta (hipertensão arterial sistêmica), arritmia, infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral (acidente vascular encefálico), acidentes de carro e depressão.

Como tratar a apneia do sono?

• O tratamento deve ser individualizado para cada paciente
• O tratamento padrão ouro, a princípio, é o uso de aparelhos de pressão de via aérea positiva (CPAP ou BiPAP).
• Cirurgia, aparelho intraoral ou fonoterapia são alternativas em casos selecionados.

AAMS, 2014.